segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poluição da àgua



O aumento da contaminação da água é uma das características mais importantes e cruéis do uso dos recursos hídricos em todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, são poucas as cidades que contam com estações de tratamento para os esgotos domésticos, agrícolas e industriais, incluindo os agrotóxicos.

  • Causas da poluição das águas do planeta 

As principais causas de deteriorização dos rios, lagos e dos oceanos são: poluição e contaminação por poluentes e esgotos. O ser humano tem causado todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.

Em função destes problemas, os governos preocupados, tem incentivado a exploração de aqüíferos (grandes reservas de água doce subterrâneas). Na América do Sul, temos o Aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo e ainda pouco utilizado.Grande parte das águas deste aqüífero situa-se em subsolo brasileiro.


  • Problemas gerados pela poluição das águas 

Estudos da Comissão Mundial de Água e de outros organismos internacionais demonstram que cerca de 3 bilhões de habitantes em nosso planeta estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias.Um milhão não tem acesso à água potável. Em virtude desses graves problemas, espalham-se diversas doenças como diarréia, esquistossomose, hepatite e febre tifóide, que matam mais de 5 milhões de seres humanos por ano, sendo que um número maior de doentes sobrecarregam os precários sistemas de saúde destes países.

  •  Soluções 

Com o objetivo de buscar soluções para os problemas dos recursos hídricos da Terra, foi realizado no Japão, em março de 2003, o III Fórum Mundial de Água. Políticos, estudiosos e autoridades do mundo todo aprovaram medidas e mecanismos de preservação dos recursos hídricos. Estes documentos reafirmam que a água doce é extremamente importante para a vida e saúde das pessoas e defende que, para que ela não falte no século XXI, alguns desafios devem ser urgentemente superados: o atendimento das necessidades básicas da população, a garantia do abastecimento de alimentos, a proteção dos ecossistemas e mananciais, a administração de riscos, a valorização da água, a divisão dos recursos hídricos e a eficiente administração dos recursos hídricos.

Embora muitas soluções sejam buscadas em esferas governamentais e em congressos mundiais, no cotidiano todos podem colaborar para que a água doce não falte. A economia e o uso racional da água deve estar presente nas atitudes diárias de cada cidadão. A pessoa consciente deve economizar, pois o desperdício de água doce pode trazer drásticas conseqüências num futuro pouco distante.


O Decreto nº 73.030, publicado no D. O. de 30.10.1973, da Secretaria do Meio Ambiente, definiu, no art.13; §1º, a poluição da água “como qualquer alteração de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas que possa importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causar dano à flora e à fauna ou comprometer o seu uso para fins sociais e econômicos”.

Os poluentes podem ser agrupados de acordo com a sua origem em diversos grupos, tais como:
  • Esgotos pluviais e escoamento urbano: escoamento de superfícies impermeáveis, incluindo ruas, edifícios e outras áreas pavimentadas, para esgotos ou tubos antes de descarregarem para águas superficiais.

  • Industrial: fábricas em geral (de papel, químicas, têxteis e produtos alimentícios).

  • Agrícola: excessos de fertilizantes que irão infiltrar-se nos solos e poluir os lençóis de água subterrâneos e, conseqüentemente, os rios e mares.

  • Doméstico: proveniente das residências.
Os poluentes, também podem ser classificados em:
  • Biodegradáveis: substâncias que, ao final de um tempo são decompostas quimicamente ou pela ação dos microorganismos. São exemplos de poluentes biodegradáveis: inseticidas, detergentes, fertilizantes, petróleo, etc.

  • Persistentes: substâncias que se mantêm por longo tempo no meio ambiente e nos organismos vivos. Podem causar problemas sérios como contaminação de peixes, crustáceos e outros alimentos. São exemplos de poluentes persistentes: o mercúrio e o DDT.
Os agentes que causam a poluição dos ambientes aquáticos podem também ser classificados em três categorias: químicos, físicos e biológicos.
  • Químicos: são os metais, pesticidas, etc.

  • Físicos: os que geram aumento da temperatura da água, ou mesmo alterações mecânicas do ambiente com a construção de barragem, alterações do solo, etc.

  • Biológicas: são agentes de origem biológica (matéria orgânica) ou mesmo a introdução de seres vivos prejudiciais ao meio ambiente. Nesta categoria, estão os esgotos domésticos.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das doenças que ocorrem nos países em desenvolvimento são ocasionados pela contaminação da água. Sabe-se também que, a cada ano, 15 milhões de crianças de zero a cinco anos de idade morrem direta ou indiretamente pela falta ou deficiência dos sistemas de abastecimento de águas e esgotos. Ainda hoje, no Brasil, 55,5% da população não são atendidos por rede de esgoto, sendo 48,9% da área urbana e 84,2% da área rural (segundo relatório IBGE, 2000). No Brasil, 47,8% dos municípios não têm esgoto, o que afeta diretamente a qualidade das águas de rios, mares e lagoas das cidades brasileiras (segundo relatório do IBGE, 2000).
A transmissão de doenças através da água poluída pode ocorrer tanto pela contaminação durante o banho de mar (contato primário), quanto pela ingestão de alimento contaminado. Segundo WEERELT, 2002, as doenças relacionadas com a água geralmente são classificadas em dois grupos:
  • Doenças de transmissão hídrica: aquelas nas quais a que a água atua como veículo do agente infeccioso. Os microorganismos patogênicos, bactérias, fungos, vírus, protozoários e helmintos, atingem a água através das excretas de pessoas ou animais infectados.

  • Doenças de origem hídrica: as causadas por substâncias químicas, orgânicas ou inorgânicas, que estão presentes na água em concentrações inadequadas, segundo os padrões para consumo humano. Como exemplo de doenças de origem hídrica, temos: o saturnismo, provocado por excesso de chumbo na água, e a metemoglobinemia em crianças, que é decorrente da ingestão de concentrações excessivas de nitrato.
O lançamento de esgotos em ambientes aquáticos também possibilita a propagação de doenças causadas por bactérias, vírus, vermes e protozoários como amebíase, febre tifóide, giardíase, hepatite tipo C e outras.


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